Trecho do livro O poder de uma pergunta aberta, de Elizabeth Mattis Namgyel.
Não sei quanto a você, mas frequentemente me pego esperando por um estado de equilíbrio físico perfeito. “Quando isso acontecerá? Quando chegará o dia em que vou me sentir consistentemente perfeita?” Mas, na verdade, o corpo não é uma coisa que se possa consertar. Como Sua Santidade o Dalai Lama falou: “A felicidade física é apenas um eventual equilíbrio dos elementos no corpo, não uma harmonia profunda. Compreenda o temporário pelo que ele é”. O corpo é, na verdade, um organismo dinâmico e imprevisível, dependente de partes, de elementos, de todas as outras coisas no universo – um koan em si mesmo. Compreender isto leva à cura. Essa compreensão nos desafia a participar da revelação de nosso próprio mistério pessoal em vez de esperarmos por um resultado final. Como podemos acolher as mudanças em nosso corpo para ajudá-lo a mover-se em direção ao bem-estar? Podemos até mesmo relaxar um pouco com a sensação física da dor... ela é mesmo tão sólida quanto pensamos? Talvez as coisas não tenham de voltar a ser como eram... talvez as coisas possam ser diferentes. Como seria se isso acontecesse? Temos de nos incluir por inteiro – na verdade, temos de incluir nosso mundo inteiro –, juntamente com todas as sensações que talvez não queiramos, para que possamos nos curar.
O ponto é que a cura não nos promete que as coisas funcionarão da forma como queríamos inicialmente. Ela não nos promete que a velhice, doença e morte serão curadas. Não promete uma vida sem dor. Mas promete, sim, um bem-estar fundamental – um bem-estar que se encontra dentro.